Eulina Lavigne – Terapeuta Integrativa

Onde está a guerra?

Eu ando procurando a guerra que dizem que estamos vivendo e não encontro. Pelo menos fora.

Aqueles que conseguem enxergá-la fora, provavelmente devem estar ouvindo o ecoar da sua guerra interna. Digamos que o vírus seja o nosso terapeuta, que veio nos convidar a olhar para alguns aspectos, como por exemplo, as desigualdades sociais, a importância do espírito colaborativo, ou a necessidade de nos darmos tempo, para nós e nossos familiares, será que estariam fazendo uma projeção?

A projeção, na área da psicologia,  é um mecanismo de defesa onde as nossas questões são atribuídas a uma outra pessoa. Normalmente, aquilo que tenho dificuldade em reconhecer em mim.

Será que estamos mesmo vivenciando uma guerra com a presença deste vírus? Será que as pessoas fazem ideia do que seja uma guerra? Estar em uma guerra?

Em poucos aspectos, posso até entender, pois estamos lidando com algo invisível, que não sabemos onde está. Então, o nosso sistema nervoso fica ativado, como se estivesse procurando algo e se defendendo a todo momento.

Por outro lado, entendo que neste momento podemos fazer escolhas, entre ativar e desativar ou até mesmo ficar neutro. Diferente de uma guerra. Na guerra não há isto ou aquilo e nem aquilo outro. O desafio é imenso para nos mantermos em paz. Algumas experências foram feitas, com simulações de bombas, e alguns monges conseguiram manter a sua mente em paz. Ao vivo e a cores a situação é diferente. Na guerra precisamos estar alertas o tempo inteiro, medo presente e a sobrevivência ameaçada 24 horas por dia.

Muito diferente do que estamos vivenciando. Estamos em casa, que supõe-se ser um lugar seguro, embora saibamos que nem sempre é para todos. Temos conhecimento de um tanto de mulheres que estão sendo agredidas por seus companheiros e, neste caso, a casa deixa de ser este lugar a que me refiro. A vítima deve, então, se retirar para buscar um lugar seguro.

Voltando à questão da guerra, a nossa situação, em vários aspectos, é menos impactante, pois temos a opção de fazer escolhas. De ficar em casa, ou se sairmos, nos protegermos e seguir as orientações de como nos preservarmos.

Podemos acessar recursos que possam regular o nosso sistema nervoso de forma a trazer mais equilíbrio ao vivenciarmos este momento.

A respiração profunda pode ser um grande recurso para nos acalmar. Quando respiramos, profundamente, o nosso cérebro libera para o nosso corpo um neurotransmissor chamado ácido gama aminobutírico (GABA), que inibe o sistema nervoso provocando um estado de relaxamento.

A prática da meditação é outro recurso que provoca um alinhamento do nosso corpo físico, emocional e mental com a nossa Alma, trazendo tranquilidade e paz.

Os exercícios físicos como Qui Kong, Tai Chi, Yoga, dentre outros, a música são, também, propulsores de equilíbrio para o nosso sistema nervoso, reduzindo estados de estresse e ansiedade.

Lembre-se: estamos em casa e precisamos desenvolver um estado de paz interna para planejarmos uma forma de sairmos deste momento melhores do que entramos.

A paz somos nós que fazemos e, primeiro, dentro de nós.

Artigo publicado no jornal o Diário de Ilhéus em 05/06/2020

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Eulina M. Lavigne

Sou ariana/canceriana, que em busca de mim encontrei o meu lugar enquanto Terapeuta Transpessoal. Fui alta executiva durante 10 anos e aos 33 anos, em 1994 percebi que aquela não era a minha missão. E me tornei desde esse tempo um buscador de mim. Pois entendia que a partir de mim poderia cuidar do outro. E nessa busca conheci a Bionergética, os Grupos Operativos, DGCC - Diálogo e Gestão Criativa de Conflitos, as Constelações Familiares, as Práticas Integrativas, O Reiki Tradicional e o Xamânico, a Argiloterapia, a Experiência Somática, A Psicotraumatologia Junguiana, e a minha mais recente A Busca Meditativa. E hoje concluo a cada dia, que essa busca não tem fim. Sempre se inicia a cada dia e cada dia é um dia de rencontro. Entendi que quando cuido do outro também cuido de mim. E que essa é uma história que não tem fim.

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Sou ariana/canceriana, que em busca de mim encontrei o meu lugar enquanto Terapeuta Transpessoal. Fui alta executiva durante 10 anos e aos 33 anos, em 1994 percebi que aquela não era a minha missão. E me tornei desde esse tempo um buscador de mim. Pois entendia que a partir de mim poderia cuidar do outro. E nessa busca conheci a Bionergética, os Grupos Operativos, DGCC - Diálogo e Gestão Criativa de Conflitos, as Constelações Familiares, as Práticas Integrativas, O Reiki Tradicional e o Xamânico, a Argiloterapia, a Experiência Somática, A Psicotraumatologia Junguiana, e a minha mais recente A Busca Meditativa. E hoje concluo a cada dia, que essa busca não tem fim. Sempre se inicia a cada dia e cada dia é um dia de rencontro. Entendi que quando cuido do outro também cuido de mim. E que essa é uma história que não tem fim.

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