Eulina Lavigne – Terapeuta Integrativa

A arrogância espiritual

Há um tempo atrás me enxerguei em uma arrogância espiritual insuportável. E graças a Deus pude retornar ao meu lugar de humana aprendiz e de compreender que todos temos o nosso grau de compreensão da vida e nem por isso ninguém é melhor do que o outro.

E o que vem a ser a arrogância espiritual? É a crença de que a nossa opção religiosa é melhor do que a do outro e por assim ser nos achamos mais espiritualizados do que as outras pessoas.

Quando ainda não tinha essa clareza, em conversa com um amigo, comecei a criticar determinados procedimentos de uma religião e me recolhi a minha insignificância quando recebi a seguinte resposta: pelo menos estão retirando as pessoas dos vícios das drogas e das ruas.

Precisamos aprender a respeitar o direito de cada um de seguir a religião que lhe convir para viver o seu processo evolutivo. Penso que a energia do divino é uma só e entendo que ninguém percorre o caminho sozinho. O nosso aprendizado ocorre no dia a dia. Uns com os outros. Incluindo crenças diversas por que no fundo todas pregam o Amor. Ou deveriam.

Venho percebendo muitas pessoas se excluírem da participação de grupos por entenderem serem movimentos egóicos, ou por acreditarem que os discursos estão aquém da prática se retiram. Ora bolas, ninguém nasce evoluído. O processo é um exercício diário e esta é também uma visão egóica pela dificuldade de não se enxergar no outro. O dedinho aponta para frente e se esquecem de que três dedinhos vão para traz.

Todo mundo quer se apropriar de Deus como se fosse um objeto, além de lhe adicionar os atributos que lhe convém. Eu entendo que o divino está dentro de nós e precisamos reconhecer a nossa luz sem desejar apagar a luz do outro. Sem acreditar que é mais iluminado que o outro e por esta razão não pode conviver com o próximo.

Lembrando Coríntios 3:1-4, “ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. … O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.”

Mais compaixão e menos prepotência. Mais humildade e menos endeusamentos. Mais ações e menos discursos. Mais inclusão e respeito.

No meu entendimento a arrogância perpetua a nossa ignorância e nos distancia das boas convivências e aprendizados.

Vamos seguir as orientações de São Paulo quando dizia suportai-vos uns aos outros. Que significa, vamos dar suporte aqueles que precisam. E aquele pode ser eu ou você. Aquele pode ser todos nós!

Artigo publicado no jornal Diário de Ilhéus em 24/11/2017

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Eulina M. Lavigne

Sou ariana/canceriana, que em busca de mim encontrei o meu lugar enquanto Terapeuta Transpessoal. Fui alta executiva durante 10 anos e aos 33 anos, em 1994 percebi que aquela não era a minha missão. E me tornei desde esse tempo um buscador de mim. Pois entendia que a partir de mim poderia cuidar do outro. E nessa busca conheci a Bionergética, os Grupos Operativos, DGCC - Diálogo e Gestão Criativa de Conflitos, as Constelações Familiares, as Práticas Integrativas, O Reiki Tradicional e o Xamânico, a Argiloterapia, a Experiência Somática, A Psicotraumatologia Junguiana, e a minha mais recente A Busca Meditativa. E hoje concluo a cada dia, que essa busca não tem fim. Sempre se inicia a cada dia e cada dia é um dia de rencontro. Entendi que quando cuido do outro também cuido de mim. E que essa é uma história que não tem fim.

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Sou ariana/canceriana, que em busca de mim encontrei o meu lugar enquanto Terapeuta Transpessoal. Fui alta executiva durante 10 anos e aos 33 anos, em 1994 percebi que aquela não era a minha missão. E me tornei desde esse tempo um buscador de mim. Pois entendia que a partir de mim poderia cuidar do outro. E nessa busca conheci a Bionergética, os Grupos Operativos, DGCC - Diálogo e Gestão Criativa de Conflitos, as Constelações Familiares, as Práticas Integrativas, O Reiki Tradicional e o Xamânico, a Argiloterapia, a Experiência Somática, A Psicotraumatologia Junguiana, e a minha mais recente A Busca Meditativa. E hoje concluo a cada dia, que essa busca não tem fim. Sempre se inicia a cada dia e cada dia é um dia de rencontro. Entendi que quando cuido do outro também cuido de mim. E que essa é uma história que não tem fim.

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